setembro 16, 2009

Alice no país das maravilhas

“Fogem como coelhos.”
Meu amigo Sérgio Pinheiro Lopes, autor de Peneira do Tempo, é quem esclarece: acoelhar-se pode ter como entendimento acovardar-se.
Pois.. Acovarda-se como é comum ao gênero humano masculino em circunstâncias de tensão emocional relacionadas ao amor romântico.
Se, depois de um bom tempo sem postar, torno à blogosfera, não deixaria de registrar episódio tão curioso, ainda que absurdamente comum. Sim, parece estranho comentar situação quase íntima. A avozinha lá das Minas Gerais jamais perdoaria. Mas, o bom de Minas, o bom mesmo, é sair de lá. E se nessas terras de Sumpaulo ainda me encanto com o anonimato sempre possível, o desabafo torna-se legítimo. Tem e não tem endereço.
Alice, pela pena de Lewis Carrol, em Alice in Wonderland, cai na toca do coelho e a história fantástica e nonsense dá uma idéia do que pode acontecer em eventuais aventuras envolvendo esses bichinhos fofos.
Nem tão fofos assim. Na Austrália, o jornal The Cairns Post noticiou hoje a saga de uma dupla de coelhinhos assassinos, responsáveis pela morte de uma dezena de cobras nas últimas semanas. Modus operandi, mordidas. Tempo de atuação, dois minutos.
Mas esses mamíferos da família Leporidae na verdade são herbívoros, vivem no máximo 10 anos e dão conta de estatísticas assustadoras de reprodução, com a façanha de mais de 70 filhotes por ano. Os selvagens da espécie têm hábitos noturnos (sic). E no mundo encantado dos animais domésticos, estão no topo do ranking de precocidade quando se trata de maturidade sexual.
Necessário comentar que degustar um coelho preparado por um chef habilidoso pode ser uma experiência gastronômica incrível. Sua carne é macia, saborosa e de fácil digestão. Além disso, a lã produzida com seu pelo é super soft; seu cocozinho transforma-se num adubo de excelente qualidade, rico em fosfatos e nitratos; sua cartilagem pode virar cola de primeira e, das vísceras, ainda é possível fazer farinhas.
Os japoneses, espertos, ou nem tanto, ou não exatamente, usam os bichos pra aliviar o estresse. Por lá, anda fazendo sucesso um negócio singular, os chamados “cafés de coelho”, onde se paga cerca de um dólar por minuto pra acariciar os coelhinhos.
No Brasil, depois do sal, o petróleo, milhões de barris. Riqueza que, reza a lenda, há de integrar a cesta básica de cada tupiniquim invisível. A Bovespa vai super bem, obrigada, o desmatamento vai acabar – com a floresta, bem entendido – e do Senado ao STF, estamos bem representados. Parece 'bem' demais pra um povo só.
Meu amorzinho foi embora. Go to hell e boa viagem. Amanhã tenho um novo – e bacanérrimo – job. E cada vez que entro no elevador aprendo uma nova expressão em chinês. Ni hau?
Sim, tá tudo bem. Os humanos, compulsoriamente obrigados a girar num ritmo alucinado sem entendimento, são seres estranhos e nem toda a racionalidade possível vai dar conta da sua loucura. Meu psicanalista que me desculpe, mas os humanos do gênero masculino são, sim, um pouco mais estúpidos.
So sorry, sou apenas barroca, não faço mágica.

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hum..