outubro 25, 2009

Só as baratas sobreviverão!

Se o asteroide que destruiu os dinossauros há 65 milhões de anos resolvesse visitar outra vez o planetinha é pouco provável que caísse no mesmo lugar – Yucatán, México.
Super gosto da revista Super Interessante, que traz, na edição de outubro, a matéria E se... O asteroide que matou os dinossauros caísse hoje?.
Informa que a gigantesca bola de fogo teria 200 quilômetros de diâmetro e devastaria tudo num raio de dois mil quilômetros, além de provocar vendavais infames, tsunamis violentos e uma chuva de fogo em toda a face da terra, etcs.
E daí? No mesmo lugar?
Eu e o filhote de 11 anos, leitor dedicado de curiosidades e estatísticas, resolvemos fazer exercício e brincadeira sinistra e apocalíptica – com escala e compasso.
Guardadas as diferenças entre a época em que as baleias começavam a se adaptar à vida marinha e hoje, quando o mundo está cheio de pessoas e animais monitorados por chips e crenças aleatórias, catamos o atlas e imaginamos diferentes cenários e regiões afetadas na tal hecatombe provocada pelo corpo celeste que está a caminho. Sinistro é pouco.
A produção de alimento vai ser comprometida em qualquer das opções, em maior ou menor grau; a escassez de petróleo vai ou não fazer diferença; as bolsas de valores e qualquer julgamento moral vão todos pro saco. O que será que vai acontecer com a água? As pessoas estarão perdidas e frágeis. Vai ser uma paisagem de pó. E nenhum entendimento há de servir.
Literalmente, vai ser o inferno na terra.
O imaginário não tem limite..
( ) Norte da Arábia Saudita – Oriente Médio, norte da África, sul da Europa
( ) Indonésia – Austrália, Índia, Tailândia
( ) Deserto da Mongólia – China, Rússia, Japão
( ) Carajás (Amazônia) – Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Chile, Cuba
( ) Costa Leste dos EUA – Canadá, Pólo Norte
( ) Estreito de Behring (Alaska) – Rússia, Japão, costa oeste americana
( ) Sicília (Itália) – Europa, norte da África, Oriente Médio
( ) Angola (África) – África, Brasil

A enquete também está disponível no blog do Bê: http://www.a-rrob-a.blogspot.com/.
Não somos programadores de web. E os rumos da humanidade não serão diferentes depois do nosso post. Se quiser dar palpite: coments.

outubro 21, 2009

Fumantes Perfumados (ou Como se transformar em Barack Obama em três lições)


Abrir a caixa postal e checar as mensagens recebidas deixou de ser uma tarefa comum para se transformar numa fonte de diversão. Além do número crescente de porcarias que não interessam (tipo ofertas variadas, cursos e oportunidades incríveis), sempre tem um ‘amigo’ oferecendo receitas infalíveis para ajudar você a ser uma pessoa melhor. Pode ser uma corrente de anjos, um hino de louvor a deus ou palavras sábias de um guru de alguma escola de meditação.
Nessas horas, é impossível não lembrar da maldita cultura da auto-ajuda que devasta a sociedade pós-moderna como um tsunami.
Os sofismas, mantras e fórmulas mágicas que os papas da auto-ajuda oferecem aos montes nas livrarias me provocam, primeiro, ânsias de vômito, depois, preguiça, muita preguiça. Essas artimanhas linguísticas transformadas em manuais sagrados, servem, na minha modestíssima opinião, para ajudar, sim, os autores a rechear sua conta bancária com a grana dos crédulos de plantão.
Se fosse uma questão de ler, refletir, acreditar e repetir à exaustão as informações incontestáveis dessas teses seríamos, todos, seres geniais, ricos, de sucesso, equilibrados e, acima de tudo, felizes, muito felizes. Putz, mas não é assim que acontece. Ao contrário, os consultórios de psiquiatria estão lotados e os laboratórios farmacêuticos registram lucros cada vez maiores com qualquer medicamento que se proponha a aumentar os níveis de serotonina no cérebro dos falíveis mortais.
Talvez, para uns poucos iluminados, a retórica vazia do nirvana e do deslumbramento dê conta de vencer os degraus da escada que vai da teoria à prática. Iluminados?
Aos interlocutores desavisados, nada mais a dizer. Apenas advertir que as mentiras fazem parte da vida e que a mente humana será sempre um vasto campo para as mais espetaculares experiências.
So sorry. Prefiro Montaigne e biscoitinhos da sorte.