julho 07, 2009

Tempo bruto, limite ético

Não ao off.
Gay Talese e João Moreira Sales concordam.
Controversa a questão, os caras defendem a responsabilidade do jornalista de não terceirizar.
Na ressaca de off da minha geração, quase sempre reinou a voz de Deus.
Parece complicado. Passa tempo.. testemunho e credibilidade valem mais. Ética – esse conceito surrado – é o fio condutor. Assumo a responsabilidade, falo na primeira pessoa, sem consenso moral. Na reflexão e risco da minha ética individual, lealdade, sim; interesse público, sim.
Se o jogo jornalista X fonte fica embaralhado, vale lembrar Euclides da Cunha. Bancado pelas forças legalistas, fez lá o seu relato jornalístico bem comportado, cumpriu a missão. Tempos depois, Os Sertões e a realidade crua, sem idéias pré-concebidas, carnificina.
Um exemplo recente, da Itália, é Gomorra, sobre a máfia napolitana, de Roberto Saviano. Reportagem, testemunho, minúcia.
Vale a inversão, diz João Moreira Salles. Sem opinião formada, o último a se ouvir é o especialista.
Vale a informação privada, a gente miúda, defende Gay Talese.
O terror do tempo.. vida de jornalista.

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hum..