julho 25, 2009

Energia hostil

É de meter medo a irresponsabilidade do governo brasileiro quando o assunto é energia. A lógica obtusa dos mandatários, conjuntural e submissa, joga por terra a perspectiva de se investir numa matriz energética limpa e renovável.
Navegando por rios literários, veio a curiosidade de bisbilhotar informações outras. Deixei de lado a poética das correntezas.
Um relatório recente das Nações Unidas cita o Brasil como um dos maiores mercados mundiais de energias renováveis. Cerca de 46% da energia consumida hoje vem de fontes renováveis e 85% da capacidade de geração está na energia hidrelétrica e no bioetanol.
Mas.. plano do Ministério das Minas e Energia para o setor até 2017 prevê que 40% da energia consumida no país virá de fontes térmicas (gás, carvão, diesel, óleo combustível ou biomassa), com 68 novas unidades movidas a combustíveis fósseis. Energia suja e cara.
O salto para trás é brutal. A participação das usinas térmicas na matriz brasileira vai aumentar 500%. Energia eólica? A previsão é que sua contribuição passe de 0,3% para 0,9%.
De nada valem os rios, o vento, fartura de sol e terras para o cultivo. Não há estratégia, não contam pesquisa e entendimento acadêmico.
Custos ambientais e sociais também não entram na conta desse planejamento anacrônico.
Jesus apaga a luz.

Um comentário:

  1. Embora você consiga escrever lindamente sobre assunto técnico, não entendo porque essa inistência em procurar defeitos no governo Lula.
    E na cidade e estado de São Paulo, não vê problema nenhum?
    Nada a apontar?
    Nada a denunciar?
    Kassab e Serra estão bem pra você?
    Está gostando da despoluição do Rio Tietê?

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hum..