fotos by Diógenes
Desentendimento da minha pessoa caipira, de andar entre a gente e procurar olho no olho. Na festa muderna (The Creators Project), pulseira vip com direito a drinks e curiosidades bizarras, ou criações tecnológicas - chame como quiser -, havia celebrities de todas as grandezas. O povo pós x, metido em figurinos incríveis, chapéus e óculos conceituais, e o povo fashion, lindo de doer e disgusting como sempre. Mais VJs e DJs furiosos, cqcês de humor duvidoso (ah, os bastidores do mundinho..), flashes cintilantes e ousadias artísticas de propósito incerto.
Pra começar, uma escultura que multiplica os olhos de quem se arrisca a olhar pelo buraquinho numa projeção fragmentada, hexagonal e deslocada. Talvez, houvesse ali algum reconhecimento do olhar. Por um olho mecânico, bem entendido. A fórmula quase mágica ficou lá, no hall da Galeria Baró e, seguramente, não sensibilizou os visitantes usuários (sic) para a proposta do evento.
Mais adiante, uma tal intenção de provocar 'o nascimento holográfico de um organismo evoluído'. Qual evolução, mitologia onde, minha gente? Depois, uma instalação de nome sugestivo - My Secret Heart - que nenhum videoartista (ops.. redatores do flyer, o hífen caiu) conseguiu qualificar. Forse, mais um delírio privatista pra povoar os templos sensoriais modernos. E dá-lhe projeções de luz, movimentos hipnóticos, espaços não tridimensionais para questionar a realidade física das coisas, desenhos visuais, estereoscopias 3D e blá blá blá.
O movimento nada harmônico dos mortais ao som da música eletrônica não tinha brilho. Faltava sensualidade por alí. Ou será minha visão oblíqua das coisas? Não, isso não é um modelito emo, que não preciso de disfarce. Meu altruísmo tem limites estreitos.
Analfabeta digital que sou, piloto o editor de texto e tenho filhos adolescentes para resolver os problemas de caráter cibernético. Sim, sou barroca, no sentido figurativo do exagero, na excentricidade e na singularidade. Anacrônica também, ao gosto do freguês. Sou a.M. (geração antes do Mouse), amo literatura, pratico yoga, cultivo ervas, flores e sapatos. Pago as contas, vez ou outra vou ao psicanalista e eventualmente tenho opinião formada.
Se uma oportunidade insólita acontece no sábado à noite, why not? No domingo, quero dormir, ler o jornal, ir ao cinema e namorar.
E salve o deslumbramento e o desbunde das personas pop de Sumpaulo e do mundo todo. O cosmopolitismo e a modéstia de quem vos fala de nada serviu na tentativa de entender os tupiniquins descolados e os gringos seus convidados. Minha tosquice, meu melhor italiano e meu really bad english contribuíram, sim, para seguir desentendendo a condição humana.
Baladas hypadas e fervidas nunca foram locus de interlocução. Mas também não precisa sapatear sobre o bom senso e validar a tal arte sem endereço a qualquer custo. Fim das contas, difícil entender esse prazer tecido de.. putz, de que mesmo? Projeção luminosa ilimitada em painéis de LED, distorções, scotch, etcs.
Tá bom. Pequenas igrejas, grandes negócios. Tolice tentar significar a tal balada. Ainda bem que vomitei antes de entrar. Dizem cuspir no prato em que comeu.. Afinal, foi bem divertido. Fato é que o domingo avança, frio e calmo, e o volume Boa tarde às coisas aqui embaixo me espreita. Muito difícil esse Lobo Antunes, quase incompreensível, extraordinariamente poético também.
So sorry, não dá para misturar miojo e pesto genovese. Até o porquinho do vizinho é capaz de compreender certas verdades.
Não sei viver sem poesia.
O ministério da saúde adverte: pior não fica.
Pra começar, uma escultura que multiplica os olhos de quem se arrisca a olhar pelo buraquinho numa projeção fragmentada, hexagonal e deslocada. Talvez, houvesse ali algum reconhecimento do olhar. Por um olho mecânico, bem entendido. A fórmula quase mágica ficou lá, no hall da Galeria Baró e, seguramente, não sensibilizou os visitantes usuários (sic) para a proposta do evento.
Mais adiante, uma tal intenção de provocar 'o nascimento holográfico de um organismo evoluído'. Qual evolução, mitologia onde, minha gente? Depois, uma instalação de nome sugestivo - My Secret Heart - que nenhum videoartista (ops.. redatores do flyer, o hífen caiu) conseguiu qualificar. Forse, mais um delírio privatista pra povoar os templos sensoriais modernos. E dá-lhe projeções de luz, movimentos hipnóticos, espaços não tridimensionais para questionar a realidade física das coisas, desenhos visuais, estereoscopias 3D e blá blá blá.
O movimento nada harmônico dos mortais ao som da música eletrônica não tinha brilho. Faltava sensualidade por alí. Ou será minha visão oblíqua das coisas? Não, isso não é um modelito emo, que não preciso de disfarce. Meu altruísmo tem limites estreitos.
Analfabeta digital que sou, piloto o editor de texto e tenho filhos adolescentes para resolver os problemas de caráter cibernético. Sim, sou barroca, no sentido figurativo do exagero, na excentricidade e na singularidade. Anacrônica também, ao gosto do freguês. Sou a.M. (geração antes do Mouse), amo literatura, pratico yoga, cultivo ervas, flores e sapatos. Pago as contas, vez ou outra vou ao psicanalista e eventualmente tenho opinião formada.
Se uma oportunidade insólita acontece no sábado à noite, why not? No domingo, quero dormir, ler o jornal, ir ao cinema e namorar.
E salve o deslumbramento e o desbunde das personas pop de Sumpaulo e do mundo todo. O cosmopolitismo e a modéstia de quem vos fala de nada serviu na tentativa de entender os tupiniquins descolados e os gringos seus convidados. Minha tosquice, meu melhor italiano e meu really bad english contribuíram, sim, para seguir desentendendo a condição humana.
Baladas hypadas e fervidas nunca foram locus de interlocução. Mas também não precisa sapatear sobre o bom senso e validar a tal arte sem endereço a qualquer custo. Fim das contas, difícil entender esse prazer tecido de.. putz, de que mesmo? Projeção luminosa ilimitada em painéis de LED, distorções, scotch, etcs.
Tá bom. Pequenas igrejas, grandes negócios. Tolice tentar significar a tal balada. Ainda bem que vomitei antes de entrar. Dizem cuspir no prato em que comeu.. Afinal, foi bem divertido. Fato é que o domingo avança, frio e calmo, e o volume Boa tarde às coisas aqui embaixo me espreita. Muito difícil esse Lobo Antunes, quase incompreensível, extraordinariamente poético também.
So sorry, não dá para misturar miojo e pesto genovese. Até o porquinho do vizinho é capaz de compreender certas verdades.
Não sei viver sem poesia.
O ministério da saúde adverte: pior não fica.