fevereiro 19, 2010

O que seria um bom começo?

“Aqueles que defendem a ditadura, que venham fazê-lo à luz do dia, na arena da democracia, como cidadãos e não como poder armado e virtual ameaça à sociedade.
Que venham, como civis, defender as suas ideias. Mas desarmados.”
O fragmento é de um texto em construção, do amigo Sérgio Audi, ator e diretor do Teatro Coletivo. Há uns anos, esse sujeito, no seu jeito apaixonado de acreditar nas coisas, chamou pra participar de um grupo de pesquisa no então Teatro Fábrica São Paulo: As Formas do Teatro Social e A Perspectiva da Emancipação Humana.
Muito ficou de Marx, Brecht, Boal e tantos outros pensadores maravilhosos. Sem contar a inesquecível performance (sic) como atriz - curta temporada, bem entendido - numa peça didática do Bertolt. Mas.. privatista e pedacinho bem-mandado da engrenagem maldita do capitalismo que sou, voltei ao jornalismo pra pagar o aluguel e o leite das crionças, viajar, comprar óculos escuros e sapatos, honrar IR, IPVA etcs.
A combatividade do amigo me encanta. Quando eu crescer, maybe..
Quanto ao pijama dos ditadores - e não podem faltar no repertório os volumes do Elio Gaspari, registro excepcional sobre o assunto: Ditadura Envergonhada, ..Escancarada, ..Derrotada, ..Encurralada -, quero crer que os passos lentos da cidadania que se tenta construir neste país hão de ser pra frente. Que venham as eleições, a copa do mundo, enchentes de verão, águas de março, semana santa, semanas de moda, operadoras de serviços essenciais e desserviços gratuitos de formas variadas..
Não. Não dá pra capitular.
Pra começar, por que não uma coleta seletiva de verdade? De quase tudo. Lixo, leituras, amigos, amores, compras, contas, diversão e tormentos em geral.
Pra começar.. lixo. É uma temeridade o que se diz, o que não se faz e o que se acredita sobre o assunto. Tirando o alumínio, está tudo jogado por aí. Muiiiiiiito lixo.
NÃO EXISTE COLETA SELETIVA DE LIXO NA CIDADE DE SÃO PAULO.